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Arquiforma: A arquitectura




O espaço é o vazio, e a arquitectura é o eco do espaço visível na forma e dimensão. A arquitectura é a premissa da pureza restritiva do nada numa realidade criativa dos sonhos.


A arquitectura

A arquitectura (significando "primeiro" ou "principal" e tékton - significando "construção") refere-se à arte ou a técnica de projectar e edificar o ambiente habitado pelo ser humano. Neste sentido, a arquitectura trata destacadamente da organização do espaço e dos seus elementos: em última instância, a arquitectura lidaria com qualquer problema de diligenciar, organização, estética e ordenamento de componentes em qualquer situação de arranjo espacial. No entanto, normalmente a arquitectura associa-se directamente ao problema da organização do homem no espaço (e principalmente no espaço urbano).


A arquitectura como actividade humana existe desde que o homem passou a abrigar-se das intempéries. Uma definição mais precisa da área envolve todo o design (ou seja, o projecto) do ambiente construído pelo homem, o que engloba desde o desenho de mobiliário (desenho industrial) até o desenho da paisagem (paisagismo), da cidade (planeamento e urbanismo) e da região (planeamento ou Ordenamento do território). Neste percurso, o trabalho de arquitectura passa necessariamente pelo desenho de edificações (considerada a actividade mais comum do arquitecto), como prédios, casas, igrejas, palácios, entre outros tantos edifícios. Segundo este ponto de vista, o trabalho do arquitecto envolveria, portanto, toda a escala da vida do homem, desde a manual até a urbana.

A tríade vitruviana

Na obra de Vitrúvio, definem-se quatro os elementos fundamentais da arquitectura: a firmitas (que se refere à estabilidade, ao carácter construtivo da arquitectura/resistência), a utilitas (que originalmente se refere à comodidade e ao longo da história foi associada à função e ao utilitarismo), a venustas (associada à beleza e à apreciação estética) e o decorum (associado à dignidade da arquitectura, à necessidade de rejeição dos elementos supérfluos e ao respeito das tradições/ordens arquitectónicas).

Desta forma, e segundo este ponto de vista, uma construção passa a ser chamada de arquitectura quando, além de ser firme e bem estruturada (firmitas), possuir uma função (utilitas), respeitar as ordem clássicas (decorum) e for, principalmente, bela (venustas). Há que se notar que Vitrúvio contextualizava o conceito de beleza segundo os conceitos clássicos. Portanto, a venustas foi, ao longo da história, um dos elementos mais polémicos das várias definições da arquitectura.

Definição moderna

Uma definição precisa de arquitectura é impossível, como já foi ressaltado, dada a sua amplitude. Como as demais artes e ciências, ela passa por mudanças constantes. No entanto, o excerto a seguir, escrito por Lúcio Costa, costuma gozar de certa unanimidade quanto à sua abrangência.

"Arquitectura é antes de mais nada construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção. E nesse processo fundamental de ordenar e expressar-se ela se revela igualmente e não deve se confundir com arte plástica, porquanto nos inumeráveis problemas com que se defronta o arquitecto, desde a germinação do projecto, até a conclusão efectiva da obra, há sempre, para cada caso específico, certa margem final de opção entre os limites - máximo e mínimo - determinados pelo cálculo, preconizados pela técnica, condicionados pelo meio, reclamados pela função ou impostos pelo programa, - cabendo então ao sentimento individual do arquitecto, no que ele tem de artista, portanto, escolher na escala dos valores contidos entre dois valores extremos, a forma plástica apropriada a cada pormenor em função da unidade última da obra idealizada.

A intenção plástica que semelhante escolha subentende é precisamente o que distingue a arquitectura da simples construção

Estilo e linguagem

Quando se pensa em algum tipo de classificação dos diferentes produtos arquitectónicos observados no tempo e no espaço, é muito comum, especialmente por parte de leigos, diferenciar os edifícios e sítios através da ideia de que eles possuem um estilo diverso um do outro.

Tradicionalmente, a noção de estilo envolve a apreensão de um certo conjunto de factores e características formais dos edifícios: ou seja, a definição mais primordial de estilo é aquela que o associa à forma da arquitectura, e principalmente seus detalhes estético-construtivos. A partir desta noção, parte-se então, naturalmente, para a idéia de que diferentes estilos possuem diferentes regras. E, portanto, estas regras poderiam ser usadas em casos específicos. A arquitectura, enquanto profissão, segundo este ponto de vista, estaria reduzida a uma simples reunião de regras compositoras e sua sistematização.

Esta é uma ideia que, após os vários movimentos modernos da arquitectura (e mesmo os pós-modernos, que voltaram a debater o estilo) tornou-se ultrapassada e apaixonadamente combatida. A arquitectura, pelo menos no plano teórico e académico, passou a ser entendida através daquilo que efectivamente a define: o trabalho com o espaço habitável. Aquilo que era considerado estilo passou a ser chamado simplesmente de momento histórico ou de escola. Apesar de ser uma ruptura aparentemente banal, ela se mostra extremamente profunda na medida em que coloca uma nova variável: se não valem mais as definições historicistas e estilísticas da arquitectura, o estilo deixa de ser um modelo amplamente copiado e passa a ser a expressão das interpretações individuais de cada arquitecto (ou grupo de arquitectos), daquilo que ele considera como arquitectura.

Portanto, se é possível falar em um estilo histórico (barroco, clássico, gótico, etc.), também torna-se possível falar em um estilo individual (arquitectura Wrightiana, Corbuseana, etc).

“No começo do novo milênio encontramos nosso planeta em uma encruzilhada.
De um lado, uma sociedade consumista. Do outro lado, os esforços para reduzir os impactos negativos que ela produz”.
(Thassanee Wanick)

Saber Ver a Arquitectura é um livro de teoria da arquitectura escrito por Bruno Zevi editado em 1948. Os seus textos são uma crítica à interpretação incorrecta que muitas vezes se faz da arquitectura mas também uma proposta para a avaliar segundo critérios que devem ser próprios da arquitectura, vários pontos de vista que nos permitam interpreta-la segundo as variadas actividades humanas e a mudança no tratamento do espaço que a arquitectura faz ao longo da história.

Homem vitruviano
O homem vitruviano, segundo a interpretação de Leonardo da Vinci.

O homem vitruviano (ou homem de Vitrúvio) é um conceito apresentado na obra Os dez livros da Arquitectura, escrita pelo arquitecto romano Marco Vitruvio Polião, do qual o conceito herda no nome. Tal conceito é considerado um cânone das proporções do corpo humano, segundo um determinado raciocínio matemático e baseando-se, em parte, na divina proporção. Desta forma, o homem descrito por Vitrúvio apresenta-se como um modelo ideal para o ser humano, cujas proporções são perfeitas, segundo o ideal clássico de beleza.

Originalmente, Vitrúvio apresentou o cânone tanto de forma textual (descrevendo cada proporção e suas relações) quanto através de desenhos. Porém, à medida que os documentos originais se perdiam e a obra passava a ser copiada durante a Idade Média, a descrição gráfica perdeu-se. Desta forma, com a redescoberta dos textos clássicos durante o Renascimento, uma série de artistas, arquitectos e tratadistas dispuseram-se a interpretar os textos vitruvianos a fim de produzir novas representações gráficas. Entre elas, a mais famosa e (hoje) difundida é a de Leonardo da Vinci.

O homem como medida do universo

Na renascença, Leonardo da Vinci representou a perfeição das medidas humanas ao inscrever o homem dentro de duas figuras geométricas elementares (o círculo e o quadrado) segundo descrições encontradas no texto Os 10 livros da Arquitectura do arquitecto romano Vitrúvio. Acreditava assim na perfeição da figura humana, associando-a com o centro do universo.

Escala humana

A escala humana é uma medida de referência relativa, utilizada nas artes e na arquitectura e baseada no corpo humano. Presume-se que o ser humano tenha uma noção intuitiva do tamanho do seu corpo e que utilize esta noção como parâmetro comparativo. Num projecto arquitectónico, pode-se inferir o tamanho dos objectos representados pela relação com uma figura humana desenhada. Numa maqueta do mesmo projecto, um boneco representando o homem dá a medida dos elementos à sua volta. Igualmente, numa pintura a presença da figura humana permite intuir relações de distância e o tamanho dos objectos representados.

Em termos abstractos, a escala humana é usada como expressão de uma arquitectura feita para o ser humano. Ainda que esta arquitectura seja de difícil definição, ela pode incluir características como: espaços que façam com que as pessoas congreguem ou se sintam protegidas, distâncias que sejam cómodas de atravessar e prédios que não façam com que as pessoas se sintam "insignificantes". Estes exemplos, no entanto, variam de pessoa para pessoa e são difíceis de quantificar.

Le Corbusier e o Modulor

O arquitecto franco-suiço Le Corbusier dedicou boa parte de seus estudos ao desenvolvimento de uma medida universal para a arquitectura: o modulor. Suas proporções forneceriam as medidas de referência para todos os aspectos do projecto. Le Corbusier acreditava assim, criar uma relação perfeita entre a arquitectura e a escala humana.

O modulor foi um sistema de proporções elaborado e largamente utilizado pelo Le Corbusier. O sistema surgiu do desejo de seu autor de não converter ao sistema métrico decimal as unidades como pés e polegadas. Ao invés disso, Le Corbusier passou a referenciar as medidas modulares baseadas nas proporções de um indivíduo imaginário (inicialmente com 1,75 m e mais tarde com 1,83 m de altura).

O sistema foi mais tarde elaborado baseando-se na proporção áurea e na sequência de Fibonacci. A aplicação dessas proporções pode ser vista em diversos edifícios de Le Corbusier (notadamente na Unidade de habitação de Marseille).

*Textos recolhidos através de pesquisa na internet.



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