20:44 - quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Publicado por ARQUIFORMA
- O que é projectar em arquitectura?
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O que é projectar em arquitectura?
Projectar tem o seu itinerário próprio que culmina no mundo íntimo e
pessoal que descobre pouco a pouco os
espaços, seja através de sugestivos e
controlados filtros de luz e silêncios, ou no universo de sensações abstractas.
Numa análise sem preconceitos dos espaços individuais, que visa definir
elementos funcionais mínimos próprios da hierarquia de cada função, surge a
ideia do conceito de projectar em arquitectura. A partir da uma ideia e consequentemente formalização de esquissos
necessários à sua operacionalização ela materializa-se no lugar, segundo uma
escala de valores que vise proporcionar ao homem viver melhor na fruição dos
espaços usufruido-os de forma cómoda e agradável.
Na criação de espaços pretende-se, grosso modo, que eles consigam uma
envolvência, quer pela sua simplicidade, quer pela sua subjectiva beleza. É
dentro dos espaços característicos de uma linguagem coerente e funcional que se
mostra como tal linguagem pode ser prática e ao mesmo tempo transcender os
domínios da pura comunicação espacial.
Estudados alguns aspectos das exigências fundamentais da arquitectura,
regras, símbolos e conceitos que estão na base da sua teoria, o essencial é que
ela surja como verdadeira pedagogia do habitar, com a dignidade própria da
mensagem que se cria ao projectar-se o lugar.
E são essas exigências que tornam o objecto arquitectónico, permitindo
um modo ou vários modos de relação concreta nos novos espaços que nascem desde
a ideia de um conceito intuitivo à consequente formalização.

20:31 - sexta-feira, 4 de outubro de 2013
A arquitectura está em crise?
Publicado por ARQUIFORMA
- Teoria do Lugar
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Teoria do Lugar
A arquitectura está em crise?
A arquitectura, enquanto arte que se cria e desenvolve num domínio próprio
e natural que é o da criatividade, não pode estar em crise. Admitir essa crise no
seio do humano, seria aniquilar a competência inerente ao homem para conhecer,
pensar e sonhar o mundo que o rodeia. Porque a arquitectura
é feita de sonhos formalizados em visões, em construções imaginárias que se alimentam
num universo de pontos, linhas, formas, direcção, tom, côr, textura, dimensão,
escala e movimento conjugados de acordo com princípios de simetria. Por outro
lado, quando a crise é essa espécie de fantasma que perpassa por todos os
aspectos do quotidiano, por todas as instâncias institucionais, da educação,
aos governos, aos mercados, seria estranho que a arquitectura, qual ilha
isolada, não fosse contaminada por qualquer espécie de crise. Há, certamente,
uma crise financeira a limitar o mercado arquitectónico, quer ao nível do que
se investe em projectos, quer pelo número de projectos a entrar nesse mercado
muito específico, por ser, maioritariamente, liberal, e segregado por grupos de
arquitectos renomados.
Haverá também um quadro de crise de valores, porquanto
seja visível que em todas as épocas de crise se ceda à tentação do olhar
rectroactivo, neste caso, sobre os grandes projectos de arquitectura. Mas o que
foram eles, senão também símbolos das suas épocas, dos contextos ideológicos e socio-económicos
que os promoveram? Para hoje serem, muitas vezes, discutidos como abstrações de
modelos estilísticos. O facto é que, no lugar de teorias e posturas críticas,
há uma resposta a dar às urgências ambientais, económicas e sociais, as quais
têm sido superficiais, e pouco criativas.
Aliás,
os desafios da arquitectura para este século têm de
olhar, mais do que nunca, para os recursos disponíveis, para a protecção
ambiental, para o contexto socio-económico e cultural.
Assim, para se ser arquitecto não basta aprender os
cânones da arquitectura, há também que não perder a oportunidade de actuar como
protagonistas de novos modelos de produção do e no espaço. E ainda que se
integre
uma revisão de
paradigmas, fundamental em momentos de crise, o horizonte da arquitectura
estará sempre na criatividade.
