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Arquiforma: Teoria do Lugar




O espaço é o vazio, e a arquitectura é o eco do espaço visível na forma e dimensão. A arquitectura é a premissa da pureza restritiva do nada numa realidade criativa dos sonhos.


Teoria do Lugar


A arquitectura está em crise?


A arquitectura, enquanto arte que se cria e desenvolve num domínio próprio e natural que é o da criatividade, não pode estar em crise. Admitir essa crise no seio do humano, seria aniquilar a competência inerente ao homem para conhecer, pensar e sonhar o mundo que o rodeia. Porque a arquitectura é feita de sonhos formalizados em visões, em construções imaginárias que se alimentam num universo de pontos, linhas, formas, direcção, tom, côr, textura, dimensão, escala e movimento conjugados de acordo com princípios de simetria. Por outro lado, quando a crise é essa espécie de fantasma que perpassa por todos os aspectos do quotidiano, por todas as instâncias institucionais, da educação, aos governos, aos mercados, seria estranho que a arquitectura, qual ilha isolada, não fosse contaminada por qualquer espécie de crise. Há, certamente, uma crise financeira a limitar o mercado arquitectónico, quer ao nível do que se investe em projectos, quer pelo número de projectos a entrar nesse mercado muito específico, por ser, maioritariamente, liberal, e segregado por grupos de arquitectos renomados.

Haverá também um quadro de crise de valores, porquanto seja visível que em todas as épocas de crise se ceda à tentação do olhar rectroactivo, neste caso, sobre os grandes projectos de arquitectura. Mas o que foram eles, senão também símbolos das suas épocas, dos contextos ideológicos e socio-económicos que os promoveram? Para hoje serem, muitas vezes, discutidos como abstrações de modelos estilísticos. O facto é que, no lugar de teorias e posturas críticas, há uma resposta a dar às urgências ambientais, económicas e sociais, as quais têm sido superficiais, e pouco criativas. Aliás, os desafios da arquitectura para este século têm de olhar, mais do que nunca, para os recursos disponíveis, para a protecção ambiental, para o contexto socio-económico e cultural.

Assim, para se ser arquitecto não basta aprender os cânones da arquitectura, há também que não perder a oportunidade de actuar como protagonistas de novos modelos de produção do e no espaço. E ainda que se integre uma revisão de paradigmas, fundamental em momentos de crise, o horizonte da arquitectura estará sempre na criatividade.



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