12:57 - quinta-feira, 26 de junho de 2014
Publicado por ARQUIFORMA
- EXISTÊNCIA ESPAÇO E ARQUITECTURA
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EXISTÊNCIA ESPAÇO E ARQUITECTURA
NORBERG SCHULZ
TÓPICOS EM ARQUITECTURA, ARTE, E CIÊNCIAS HUMANAS
TÓPICOS EM ARQUITECTURA, ARTE, E CIÊNCIAS HUMANAS
1 – O conceito de espaço
O Livro existência espaço e arquitetura, de Norberg Schulz, traz uma nova maneira de abordar o espaço arquitectónico, tratando este espaço como a dimensão da existência humana. A princípio, o autor define o espaço arquitectónico como uma concretização de esquemas ambientais ou imagens que são uma parte necessária da orientação geral do homem. O texto, discorre também, sobre os diversos teóricos que trataram a questão do espaço, fazendo uma análise crítica destes conceitos e utilizando-os com base no desenvolvimento de sua teoria.
O interesse destes estudiosos pelo espaço tem raízes existenciais, deriva de uma necessidade de adquirir relações vitais no ambiente que o rodeia, para dar sentido e ordem ao mundo de acontecimento e acções. Entre os teóricos citados por Norberg Schulz, percebe-se duas linhas de abordagens com focos totalmente diferentes. A primeira, estuda o espaço euclidiano e sua “gramática”, vendo o espaço como objecto físico que pode ser compreendido pelas suas dimensões matemáticas. Os conceitos de espaços físicos e matemáticos satisfaz em apenas uma parte das necessidades originais de orientação do homem, portanto, deve-se complementar estes conceitos, com outros que se baseiam na sociologia e na percepção. Em seguida, relacionando os conceitos de espaço com a teoria da arquitetura, o autor conclui que os estudos desenvolvidos, em grande parte, excluem o homem e passam a pensar a partir de uma geometria abstrata, ou quando abordamo ser humano, ela reduz a arquitectura a impressões, sensações e estudos de efeito. Em ambos os casos, o espaço como ambiente existencial e a interação entre o homem e o ambiente que o rodeia não vem sendo tradada.
2 – Espaço Existencial
O espaço existencial pode ser entendido como um sistema, relativamente estável, de esquemas perceptivos ou ”imagens” do ambiente circundante. As imagens, por sua vez, são construídas a partir das estruturas elementares do universo, das estruturas condicionadas socialmente ou culturalmente, e das características peculiares de um indivíduo ou grupo. Este espaço é produto de uma interação entre o organismo e seu ambiente, onde é impossível dissociar o universo percebido da actividade de interação dos seres. A teoria dos espaços existenciais compreende tanto o aspecto abstrato (esquemas gerais de índoles tipológicas ou geométricas) como os aspectos concretos (elementos que circundam o indivíduo, paisagem rural, ambiente urbano, edifícios, etc.). Para analisar e compreender o espaço existencial, é necessário o estabelecimentos de “centros” ou lugares, “direcções” ou caminhos, e “áreas ou regiões”.
Sob o ponto de vista da percepção o homem se encontra centrado, este é o ponto a partir do qual ele toma posição como ser pensante no espaço. O “lugar” é limitado e pode ser definido como metas ou focos onde o ser humano experimenta os acontecimentos, bem como, o ponto de partida pelo qual ele se orienta e apodera do ambiente circundante.
Todo ”lugar” possui direcções, a partir das quais pode-se orientar e definir posições. As direcções horizontais formam um plano de extensão infinita, onde se criam os caminhos que dão ao seu espaço existencial uma estrutura, formando sucessões lineares que conduzem o homem aos diversos “lugares” e “regiões”.
Os caminhos dividem as zonas que o rodeiam em “áreas” ou “regiões”. A região é definida como um terreno relativamente desestruturado, no qual aparecem “lugares” e “caminhos” como figuras mais proeminente. A região tem uma função unificadora no espaço existencial, ela preenche a imagem e converte em um espaço coerente. Diferente dos lugares, seu limite não é definido pelo espaço que indivíduo consegue compreender, e sim por características que são comuns no espaço construído.
Lugares, caminhos e regiões são esquemas básicos da orientação e também elementos constituintes do espaço existencial. Quando se combinam, o espaço se converte em uma dimensão real da existência humana.
Os espaços existenciais podem ser observados também a partir de níveis, entre os quais estão a Geografia, a paisagem rural ou campestre, o nível urbano, a casa e a coisa. O nível geográfico está no auto da hierarquia e dificilmente pode servir como modelo a ser imitado. Ele dá identidade ao ambiente, além de proporcionar informações económicas e ecológicas que influem directamente na orientação do homem.
As paisagens rurais oferecem poucas possibilidades de orientação e identificação, as regiões são compostas basicamente por elementos naturais, tais como rios e campos de vegetação. Entretanto, esta paisagem não carece de forma, e as diversas possibilidades de variações que seu solo pode possuir, muitas vezes são capazes de atribuir identidade ao local.
No nível urbano é onde encontramos o maior número de elementos estruturais determinantes criados pelo homem. Neste nível o indivíduo é capaz de dar sentido e identidade ao ambiente que o rodeia, e transformar o lugar, em um completo resultado das funções individuais e sociais.
As casas são as unidades privadas que são encontradas no nível urbano. Ela segue sendo o lugar central da existência humana, o local onde o indivíduo aprende a compreender sua existência no mundo. A casa também é composta de estrutura e lugares, caminhos e conexões, nos quais, a sua totalidade representa uma forma de vida.
Por fim, no nível mais baixo na hierarquia do espaço existencial está o objecto ou a coisa. O objecto está directamente conectado com certas funções e possui o máximo de precisão em sua forma, o que garante que eles sejam apreendidas pelo homem de maneira mais intuitiva possível. Schulz neste momento procura definir o que é o Espaço Arquitectónico a partir do conceito do “Espaço Existencial”; para ele o espaço arquitónico pode definir-se a partir do existencial. Este último é um conceito psicológico que denota os esquemas que o homem desenvolve com o entorno.
O Livro existência espaço e arquitetura, de Norberg Schulz, traz uma nova maneira de abordar o espaço arquitectónico, tratando este espaço como a dimensão da existência humana. A princípio, o autor define o espaço arquitectónico como uma concretização de esquemas ambientais ou imagens que são uma parte necessária da orientação geral do homem. O texto, discorre também, sobre os diversos teóricos que trataram a questão do espaço, fazendo uma análise crítica destes conceitos e utilizando-os com base no desenvolvimento de sua teoria.
O interesse destes estudiosos pelo espaço tem raízes existenciais, deriva de uma necessidade de adquirir relações vitais no ambiente que o rodeia, para dar sentido e ordem ao mundo de acontecimento e acções. Entre os teóricos citados por Norberg Schulz, percebe-se duas linhas de abordagens com focos totalmente diferentes. A primeira, estuda o espaço euclidiano e sua “gramática”, vendo o espaço como objecto físico que pode ser compreendido pelas suas dimensões matemáticas. Os conceitos de espaços físicos e matemáticos satisfaz em apenas uma parte das necessidades originais de orientação do homem, portanto, deve-se complementar estes conceitos, com outros que se baseiam na sociologia e na percepção. Em seguida, relacionando os conceitos de espaço com a teoria da arquitetura, o autor conclui que os estudos desenvolvidos, em grande parte, excluem o homem e passam a pensar a partir de uma geometria abstrata, ou quando abordamo ser humano, ela reduz a arquitectura a impressões, sensações e estudos de efeito. Em ambos os casos, o espaço como ambiente existencial e a interação entre o homem e o ambiente que o rodeia não vem sendo tradada.
2 – Espaço Existencial
O espaço existencial pode ser entendido como um sistema, relativamente estável, de esquemas perceptivos ou ”imagens” do ambiente circundante. As imagens, por sua vez, são construídas a partir das estruturas elementares do universo, das estruturas condicionadas socialmente ou culturalmente, e das características peculiares de um indivíduo ou grupo. Este espaço é produto de uma interação entre o organismo e seu ambiente, onde é impossível dissociar o universo percebido da actividade de interação dos seres. A teoria dos espaços existenciais compreende tanto o aspecto abstrato (esquemas gerais de índoles tipológicas ou geométricas) como os aspectos concretos (elementos que circundam o indivíduo, paisagem rural, ambiente urbano, edifícios, etc.). Para analisar e compreender o espaço existencial, é necessário o estabelecimentos de “centros” ou lugares, “direcções” ou caminhos, e “áreas ou regiões”.
Sob o ponto de vista da percepção o homem se encontra centrado, este é o ponto a partir do qual ele toma posição como ser pensante no espaço. O “lugar” é limitado e pode ser definido como metas ou focos onde o ser humano experimenta os acontecimentos, bem como, o ponto de partida pelo qual ele se orienta e apodera do ambiente circundante.
Todo ”lugar” possui direcções, a partir das quais pode-se orientar e definir posições. As direcções horizontais formam um plano de extensão infinita, onde se criam os caminhos que dão ao seu espaço existencial uma estrutura, formando sucessões lineares que conduzem o homem aos diversos “lugares” e “regiões”.
Os caminhos dividem as zonas que o rodeiam em “áreas” ou “regiões”. A região é definida como um terreno relativamente desestruturado, no qual aparecem “lugares” e “caminhos” como figuras mais proeminente. A região tem uma função unificadora no espaço existencial, ela preenche a imagem e converte em um espaço coerente. Diferente dos lugares, seu limite não é definido pelo espaço que indivíduo consegue compreender, e sim por características que são comuns no espaço construído.
Lugares, caminhos e regiões são esquemas básicos da orientação e também elementos constituintes do espaço existencial. Quando se combinam, o espaço se converte em uma dimensão real da existência humana.
Os espaços existenciais podem ser observados também a partir de níveis, entre os quais estão a Geografia, a paisagem rural ou campestre, o nível urbano, a casa e a coisa. O nível geográfico está no auto da hierarquia e dificilmente pode servir como modelo a ser imitado. Ele dá identidade ao ambiente, além de proporcionar informações económicas e ecológicas que influem directamente na orientação do homem.
As paisagens rurais oferecem poucas possibilidades de orientação e identificação, as regiões são compostas basicamente por elementos naturais, tais como rios e campos de vegetação. Entretanto, esta paisagem não carece de forma, e as diversas possibilidades de variações que seu solo pode possuir, muitas vezes são capazes de atribuir identidade ao local.
No nível urbano é onde encontramos o maior número de elementos estruturais determinantes criados pelo homem. Neste nível o indivíduo é capaz de dar sentido e identidade ao ambiente que o rodeia, e transformar o lugar, em um completo resultado das funções individuais e sociais.
As casas são as unidades privadas que são encontradas no nível urbano. Ela segue sendo o lugar central da existência humana, o local onde o indivíduo aprende a compreender sua existência no mundo. A casa também é composta de estrutura e lugares, caminhos e conexões, nos quais, a sua totalidade representa uma forma de vida.
Por fim, no nível mais baixo na hierarquia do espaço existencial está o objecto ou a coisa. O objecto está directamente conectado com certas funções e possui o máximo de precisão em sua forma, o que garante que eles sejam apreendidas pelo homem de maneira mais intuitiva possível. Schulz neste momento procura definir o que é o Espaço Arquitectónico a partir do conceito do “Espaço Existencial”; para ele o espaço arquitónico pode definir-se a partir do existencial. Este último é um conceito psicológico que denota os esquemas que o homem desenvolve com o entorno.
